sábado, 27 de dezembro de 2008

Ele vem aí!...

Se já aqui disse que não “gosto” do Natal, então não sei que dizer em relação à passagem do ano. Não quero imaginar como vai ser este fechar de ciclo. Desde que me lembro ser gente que, na hora da mudança, choro como se não houvesse amanhã. Assalta-me a memória tudo o que vivi, passei e experienciei. Dilacera-me o coração. Que raio, porque não consigo eu bloquear este afloramento súbito de sentimentos ambíguos?
Por muito que pense que um novo ano é sinónimo de algo diferente, melhor, sinto-me presa ao passado, como se umas amarras me bloqueassem os movimentos ou a vontade de soltar e partir. Não sei o que me espera em 2009, mas de uma coisa tenho a certeza, vou repetir erros, mas vou ultrapassá-los uma vez mais. É sempre assim! No fundo, devo esta capacidade de renascer a algumas, poucas, pessoas que nunca desistiram de mim. Que teimam em não me deixar cair. Custa-me imaginar as vezes em que já estive no limbo! Não me parece coerente estar a mencionar nomes, mas aqueles que amo sabem quem são.
Para 2009 apenas desejo ter:

- Um pouco mais de saúde, para continuar a lutar e a sorrir
- Trabalho do bom, daquele que melhor sei fazer
- Pessoas honestas, amigas, companheiras e livres de preconceitos
- Menos prestação mensal da casa
- Mais dinheiro para cuidar de mim, das bebés e…viajar
- Força para superar todos os obstáculos que se atravessem
- Coragem para me submeter a uma intervenção cirúrgica, que só de pensar me dá arrepios
- Ver e estar mais vezes com as minhas “sobrinhas”
- Um tampo novo para a mesa da sala
- Uma Nikon D40
- Trabalho, saúde e alegria na vida de todos aqueles que merecem e fazem por isso
- Ter junto a mim quem um dia me dirá: AMO-TE


IMG CS

Até amanhã ou depois!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Boas Festas

Ele há dias em que os sentimentos afloram sem aviso prévio. Não sei explicar o que sinto, se é que sinto ou quero sentir alguma coisa. Sei que nesta altura do ano uma enorme nostalgia se apodera de mim. Nunca gostei do Natal. Fico apática, sem capacidade de me envolver no espírito apregoado, que não é mais do que a hipocrisia materializada de muito boa gente que passa um ano inteiro centrada no seu umbigo.
Este ano o meu Natal vai ser diferente. Vou estar em família, com a família de sangue, mas longe de quem me deu muito nos últimos anos. Sinto um vazio imenso, uma nostalgia ambígua, porque quero estar junto de quem me gerou, mas não quero estar longe de quem me tem amado.
Seja como for, estamos a chegar ao final de mais um ano e há que arrumar ideias, para dar lugar a novas vivências, caminhos e objectivos. Por agora, agradeço a força e a luz que emergiram na minha vida. São o sinal de que o novo ano será isso mesmo, NOVO. A todos os que fazem parte do meu mundo, quero agradecer o que de bom fizeram ao longo destes últimos 12 meses. Obrigado por tudo, de bom e de mau. Sim, de mau! Porque é caindo e erguendo-nos por nós que tomamos consciência da nossa força, da nossa capacidade de reciclagem.
A pouco menos de duas semanas para a entrada de 2009, as mudanças já começaram: nova rotina, nova entrega...mais um recomeço!
No meu sapatinho não cabe mais nada!

IMG CS



Boas Festas!



Até amanhã ou depois!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Imortais

A vida é uma caixinha de surpresas. Quando menos esperamos, tudo acontece, de bom e de mau. Se num dia tudo parece perfeito, no outro o desespero apodera-se de nós. Choramos, rimos, desejamos, lutamos e, por vezes, desistimos. É aqui que tudo acontece, na hora em que baixamos a cabeça e cruzamos os braços, resignando-nos ao que parece inevitável. Já diz a sabedoria popular que dos fracos não reza a história. Todos nós fazemos parte da história de vida de alguém, seja de que maneira for. Todos nós temos a capacidade de renovação, de lutar pelo que mais desejamos, de esgotar o inesgotável, de seguir em frente, seja qual for o caminho. Há que saber guardar o passado, viver o presente e fazer pelo futuro. É assim que se vive sem parar. É assim que se secam lágrimas, que se confortam corações e que se recarregam baterias. Porquê temer a hora, o dia, o mês, o ano, a vida que se segue, se nós somos a própria vida?

Até amanhã ou depois!

Um dia

"Um dia deixará de ser só um dia e

passará a ser o nosso dia"

Anaísa Raquel

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Até amanhã ou depois!

domingo, 14 de dezembro de 2008

Fim-de-semana: "O Filme"

Raios, que fim-de-semana este! Uma pessoa passa a semana a trabalhar, a correr de um lado para o outro, a desejar que cheguem os dois dias mais abençoados da semana, para no fim stressar mais em dois dias do que nos cinco dias passados! Não vou e não quero falar do que se passou, porque a minha vida é 99% trabalho e 1% vida própria.


No Sábado consegui escapar-me até uma sala de cinema. Fui em excelente companhia ver "Amália o Filme". Mas verdade seja dita/escrita, se o meu dia não tinha sido muito calmo, o filme foi a cereja no topo do bolo de tão mau que é! Felizmente esperou-me um agradável final de noite, a beber um belo chocolate quente e a ouvir a chuva cair. Hoje é Domingo, são 13h, e o dever chama-me. Vou apanhar uma encomenda que deveria ter chegado ontem de Angola e rumar até à produtora para acabar de montar o "maldito" filme que não me deixa ter paz. E viva o fim-de-semana, para quem o tem!

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Até amanhã ou depois!

sábado, 13 de dezembro de 2008

Salvem os ricos

Peço a vossa atenção para este vídeo, porque não está bom, está MUITO BOM!






Até amanhã ou depois!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Socorro

Mais uma semana de trabalho, com stress à mistura, para apimentar a coisa! De outra forma não teria piada, certo? Até aqui tudo bem, não fosse o detalhe de estar com o sono alterado. A idade não perdoa. Já não aguento mais de 24h de trabalho seguidas. Levo dias, semanas, meses para recuperar. Em dois dias devo ter dormido um total de 8horas. Esta noite, estava eu deleitada num sono profundo, descansado e maravilhoso, quando sinto a senhorita Manu a provocar-me com brincadeiras e com a sinfonia ensurdecedora que emanava das suas patas a rasparem na porta do roupeiro. Eu dei-lhe comida, abri-lhe os estores, dei-lhe mimos, fiz tudo para a acalmar. Nada, não valeu de nada. Estou que não me aguento. Logo hoje que o dia vai ser trabalhoso e, quem sabe, longo, com mais uma directa. São 7h46m, vou tomar um banho e fazer-me à vida! Agora, a Manu está a dormir, enrroscadita na sua cama.


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Até amanhã ou depois!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Descanso?

Mais um fim-de-semana prolongado está a chegar. Para a maioria das pessoas é sinónimo de descanso, de lazer, de passeatas pelos shoppings a gastar dinheiro em prendas de Natal. Mas sobre o Natal e prendas falarei num outro post, que não este, até porque estou sem tempo.


Escrevia eu que se avizinham dias de "férias". Não sei se deva ficar contente ou apreensiva!? É que há dias que parecem não ter fim, aqueles em que mesmo rodeados de pessoas, nos sentimos estupidamente sós! Não me deveria queixar, porque tenho tido o tempo todo ocupado, seja a trabalhar ou a conviver. Mas há uma estúpida solidão e vontade de gritar que me correm nas veias, como se quisessem explodir. Por vezes a felicidade escapa-nos entre os dedos apenas e só porque tememos o amanhã, porque tememos lutar pelo que queremos e acreditamos. Eu luto, às vezes em demasia. Mas enfim....para quê falar de nós, quando afinal vem aí mais um fim-de-semana longo.


Mesmo que não faça sentido, vou deixar aqui esta foto das minhas fieís amigas, que me ouvem e aturam sem protestar! Parece que estão a dormir, mas não estão, apenas estão concentradas nos meus desabafos!



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Até amanhã ou depois!

sábado, 29 de novembro de 2008

O que há em mim é sobretudo cansaço

Hoje não me apetece escrever, vou socorrer-me das palavras de um mestre para expressar o que sinto, com um dos poemas que mais aprecio!

"O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:Cansaço assim mesmo, ele mesmo,Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -Essas e o que faz falta nelas eternamente -
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -Três tipos de idealistas, e eu nenhum
deles:Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,

Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,

Ou até se não puder ser...E o resultado?

Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,Cansaço..."

Álvaro de Campos

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Até amanhã ou depois!

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Trovões

E a saga parece não ter fim. Hoje, depois da rotina matinal aqui de casa, eis que vou para o trabalho. Quando cheguei ao carro, estacionado à porta do prédio desta nova e pacata urbanização, fiquei em choque. Não queria acreditar. A porta do condutor estava literalmente arrombada. Atónita, olhei para o interior do veículo e estava tudo remechido. Sem saber o que fazer, liguei a um amigo que me aconselhou levar o carro até à esquadra da PSP. Dei logo conta que o destacável do auto-rádio tinha sido levado e que tinham tentado fazer ligação directa para colocar o carro a funcionar. Chegada à esquadra, e depois de um cem número de perguntas, perguntei se era possível tirarem impressões digitais. Para meu espanto, fui informada que para acederem ao meu pedido teria de deixar a viatura no posto da PSP durante dois dias! Mais, alertaram-me que corria o risco de não conseguirem detectar nada, porque os assaltantes poderiam ter usado luvas. Surreal! Acabei por apresentar queixa e vir embora. Lá fui ao mecânico desempanar a porta, com "uma mão à frente e outra atrás". O mesmo é dizer, sem o rádio, sem o auricular, mas com um monte de papeís espalhados por todo o lado.
Nunca tal me tinha acontecido. Ainda não acredito que me aconteceu! Não é o fim do mundo e, para dizer a verdade, que todos os meus males fossem este. Mas começa a ser demais! Onde anda a paz e a tranquilidade que tanto anseio? Provavelmente perdida por aí!
Agora, sentada frente ao aquecedor, a ouvir a chuva cair, tento relaxar e desligar o "botão", mas parece que o maldito "botão" está encravado. Está a trovejar. Não gosto de trovões, deixam-me nervosa, fazem-me sentir desamparada. Bolas, basta!


IMG DR

Até amanhã ou depois!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Coragem

Este fim de semana deparei-me com uma realidade que me fez crescer um pouco mais enquanto pessoa. No post abaixo contei a história de uma gata que havia sido atropelada. Ficou gravemente ferida, tendo-lhe sido amputada uma pata. A pequena felidea tem apenas três meses. Era uma gata de rua, que nunca conheceu outra realidade a não ser aquela que a obrigou a apurar o seu instinto de sobrevivência. Passei com ela duas noites, na tentativa de a ajudar a suportar as dores, com injecções de morfina. No dia em que chegou a casa, depois da operação, parecia que nada tinha-se passado. Pulou, saltou e brincou. Num misto de alegria e de angústia, dei por mim a chorar pela valentia de um ser que teve um início de vida aterrador. Valeu-lhe a ajuda prestada por quem não conseguiu ficar indiferente ao seu desespero em tentar sair da estrada onde estava estendida, a jeito para que mais um condutor lhe passasse por cima, colocando-lhe fim à vida. A verdade é que esta criatura meiga, dócil e grata, está agora a salvo, junto de pessoas que a amam. É incrível como é que um animal nos consegue fazer ver que vale a pena não desistir de lutar. Que é possível viver com as diferenças. Que depois do pesadelo vem o sonho. Que algures no mundo há quem nos ame e respeite tal como somos.

IMG CS (tirada c tlm)

Até amanhã ou depois!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

AJUDEM!

Por favor preciso do vosso apoio. Escrevo este mail em nome de uma gatinha linda que está em risco. Se tudo correr bem (e vai correr), ela fará parte da minha família e terá tudo para ser feliz!

Sei que ela pode contar com a tua atenção.

Muito Obrigado a todos!

CS


Olá, sou uma gatinha ainda muito pequenina, tenho só 3 meses. Na semana passada, andava eu à procura de comidinha quando um carro quase me matou. Fui atropelada, fiquei em muito mau estado, com uma patinha desfeita e com muitas feridas no corpo. Um senhor viu o meu estado de sofrimento, a minha luta ao tentar arrastar-me para a berma da estrada, e tirou-me daquela agonia. Fui levada para o veterinário e o doutor disse que tinha de me amputar a pata esquerda, porque está morta e pode apodrecer. Fiquei a saber que também vou ter que ser operada à barriguinha, porque foi-me detectado um selo de frango, que pode prefurar-me o estômago ou os intestinos. Como não há duas sem três, tenho de ser esterilizada já, pois tenho a anca fracturada e é um risco engravidar. Estas cirurgias vão ser realizadas por fases, porque sou bebé. O custo total das operações é de 350€. Por favor ajudem-me, porque a família que me acolheu tem mais cinco gatos e o dinheirinho não chega para tudo.Estou a ser muito bem tratada, com muito mimo e amor. Adoro saltar de um lado para o outro e que me dêem festinhas na barriga. Por favor quero continuar a ser feliz. Eu sei que a vida não está fácil, mas se cada um dos teus amigos der 1 ou 2 euros não é muito para pagar a minha vida.
Se me quiserem ajudar, enviem uma mensagem para wordsantos@gmail.com
Sou uma sobrevivente e não vou desistir!
Muitas turrinhas a todos!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Choose Love

Hoje, a caminho de um jantar, entre conversas durante a viagem de carro, ouvi uma música que me despertou a atenção. Perguntei que música era e de quem era. Rita Red Shoes, responderam. Sinceramente não conhecia grande coisa da artista, mas fiquei fã, a sério que sim. No final da noite, na hora da despedida, ofereceram-me o CD. Choose Love é o nome da faixa que mais me tocou.
Quem nunca ouviu uma música que nos faz pensar, sentir, chorar, rir ou lembrar?

Fica aqui o som! (o vídeo tem imagens deprimentes, mas foi o que consegui encontrar a esta hora avançada da noite/madrugada!)


Até amanhã ou depois!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Factor "C"

Ele há coisas que só vividas, porque contadas até custa acreditar! Hoje tomei a coragem de ir às urgências ver que raio se anda a passar com a minha saúde, tirando o que já sei. Temia passar um dia inteiro no hospital, mas não foi o caso. Esperei pouco mais de meia hora até ser observada. Depois de uma série de perguntas, acabei por dizer que tinha uma "irmã" médica. Naquele instante fui tratada como raramente aconteceu em quase 30 anos de vida. Fiz todos os exames possíveis e imaginários, incluindo análises. Perguntei quanto tempo iria demorar até ter os resultados, ao que a médica respondeu que poderia ausentar-me e voltar três horas depois, mas que fosse directamente ao gabinete, para que não ficasse horas à espera até ser chamada. Estupefacta, saí do hospital, fui trabalhar e três horas depois regressei. Como sugerido, dirigi-me ao consultório. Entrei sem esperar, o que me fez sentir algum peso de consciência, por saber que estavam inúmeras pessoas aguardar vez. Sei que não foi correcto da minha parte, mas a verdade é que estava e estou demasiado cansada/debilitada. Ainda agora me questiono porque razão é que um pequeno detalhe pode fazer tanta diferença?! Estranho, muito estranho. Será que ser bom samaritano nos dias de hoje ainda compensa? Quem no meu lugar teria abdicado de uma oportunidade como esta?


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Diagnóstico: níveis de hemoglobina preocupantemente baixos, o mesmo é dizer que estou anémica!


Até amanhã ou depois!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Gripe?

Mais um dia de trabalho. Mais um dia agarrada ao telefone, ao portátil e aos auxiliares de memória, para que nada seja esquecido. Se num minuto estou a falar do projecto “x”, no outro estou a comentar o “Y”. No meio de um mar de responsabilidades laborais, tempo ainda para as preocupações pessoais. Vale o trabalho para atenuar o que mais me faz sofrer. Pouco importa o que seja, porque a dimensão dos nossos problemas ganha grandeza dentro de nós e não aos olhos de terceiros.
O dia terminou com mais uma reunião. Logo hoje que não estava nada preparada – calças de ganga, o belo do ténis e colete de penas. Enfim, a roupa não foi o pior. Quando cheguei, fui recebida cordialmente, com todas as formalidades inerentes a uma empresa de prestígio. Antes da reunião começar, a pergunta da praxe: “quer um café, uma água, qualquer coisa?” A resposta de sempre: “uma água, obrigado!”.
Sem saber bem porquê, a directora de mkt olhou para mim e comentou: “está doente, constipada?” Fiquei atónita, sem saber o que responder. Engoli em seco e confirmei as falsas suspeitas da simpática senhora. “Sim, estou engripada!”. Tentei conter-me para não chorar. Valeu-me a entrada de rompante da moça que gentilmente me serviu a dita água. Posto isto, a reunião começou. Foram mais de 45 minutos de blá, blá, blá, blá! Entre um golo e outro lá fui mantendo a concentração. Quase uma hora depois, a reunião terminou e despedi-me com um: ” foi um prazer, vamos mantendo contacto”. No final, a simpática directora de mkt fitou-me o olhar e disse: “as suas melhoras, vá descansar que tem cara de quem precisa e muito!”. Sorri, agradeci e gelei!
Eram cerca das 20h e resolvi ir ao hipermercado mais próximo comprar algo para dar alimento ao corpo. Mal liguei o telefone foi um não mais parar de telefonemas consecutivos. O que poderia ter comprado em pouco mais de 10 minutos, levou mais de uma hora. Parecia uma tola de um lado para o outro nos corredores do hiper. Às páginas tantas já não sabia o que tinha ido lá fazer. Resolvi pousar o cesto das compras e encostar-me junto à secção de lacticínios. Contas feitas, já passava das 21h quando me dirigi à caixa para pagar meia dúzia de coisas.
Chegada a casa, hora de tomar um duche e dar atenção às minhas mais que tudo. Enquanto isto, fui ligando o PC para ver e responder a mails. O telemóvel tocou e do outro lado uma voz doce perguntou: “já jantaste?”. Pensei duas vezes antes de responder: “não, mas vou trincar qualquer coisa daqui a nada!”. A verdade é que passa das 24h e ainda não me deu a fome. Mas sim, agora vou até à cozinha ver o que há para depois deitar-me e “desligar” a cabeça. Afinal, devia estar deitada a curar a suposta gripe!



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Até amanhã ou depois!

domingo, 16 de novembro de 2008

Intervalo

Até amanhã ou depois!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Tatuagens

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Até amanhã ou depois!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Mar Agreste

Gostava de começar as minhas dissertações bloguistas sem ser: há dias assim! Mas não encontro melhor expressão! A verdade é que aquilo a que chamamos de vida não tem andado pelos ajustes. Melhor dizendo, o rodopio profissional tem sido alucinante e os apêndices adjacentes ao nosso dia a dia têm sido do pior. Há umas semanas dei conta que o meu carro tinha sido rebocado, o que me levou da carteira cerca de 120€. Depois, o alternador do meu humilde meio de transporte morreu e obrigou-me a deixar no mecânico mais 200€. Pensei que se tratava de uma semana de azares, mas não! Além das preocupações profissionais, da instabilidade emocional causada pelo esforço mental em organizar trabalho, gerir vida familiar e social, dei-me conta da minha impotência em querer colocar em prática algo tão simples como seja surpreender a pessoa que um dia arrebatou meu coração.
A trama não se fica por aqui. Hoje, depois de sair de uma reunião em Miraflores, seguia eu calmamente no IC17 quando o carro que me precedia travou bruscamente, levando-me a travar a fundo, mas sem efeito. Choquei na traseira do veículo com toda a força. Por segundos deixei de respirar, dado o embate. A culpa foi minha. O condutor envolvido tentou evitar bater num “chico esperto” que se colocou à má fila à sua frente! Conclusão, carro desfeito e conta a zeros para o arranjar! Não sei se estou triste, frustrada, irritada ou zangada. Diria que estou dormente, mas não apática. Dou por mim a pensar no que estará para vir depois desta maré agreste. Quero pensar que amanhã o sol brilhará e que a tempestade passará. Quero acordar e sentir que o pesadelo acabou.



O presente que não consegui oferecer

Por esquecimento ou medo, faltou dizer que a saúde não anda famosa, mas este é um assunto sobre o qual não gosto de escrever, quem sabe por receio do que está para vir!

Até amanhã ou depois!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Vida

A vida prejudica a expressão da vida. Se eu vivesse um grande amor nunca o poderia contar.” Fernando pessoa


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Até amanhã ou depois!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Outono

Adoro a entrada do Outono, mas temo o que por aí vem. Por norma, nesta época fico mais em baixo, deixo-me cair, tal como as folhas. Choro mais, tal como as núvens que vertem suas lágrimas. Ficou saudosa do cheiro a maresia, mas delicio-me com o odor a terra molhada. Tenho dias em que a minha aura não passa de uma luz ténue, mas magicamente enigmática. É assim o Outono. Sou assim, eu!
Nesta estação de mudança, sinto-me perdida, como se não tivesse rumo ou metas a atingir. Facilmente me vejo fraquejar. A nostaligia apodera-se de mim e tolda-me. É esta consciência que me chama à razão e me faz continuar a lutar e a não quebrar.
Paro e penso mais no passado, no presente e no que poderá vir. Do passado guardo algumas boas lembranças, mas não tantas como as menos positivas. Do presente, apraz-me sentir que superei e derrubei barreiras findas. Quanto ao futuro, não sei o que me espera, mas gostava que fosse algo de bom, com saúde e amor. É por isso que vou lutando e acreditando a cada dia que passa, como se acreditasse que sim, que a minha vez um dia chegará!




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Até amanhã ou depois

sábado, 20 de setembro de 2008

Eu sei



Hoje não me apetece escrever, estou demasiado cansada de tudo...até de mim!


Até amanhã ou depois!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Donna Ma

Ontem foi dia grande para os milhares de fãs de Madonna. Confesso que não sou fanática pela artista, mas aprecio alguns dos seus trabalhos. O ingresso foi oferecido, por isso, deixei-me levar pela euforia gerada em torno da vinda de uma das maiores referências da música pop.


O espectáculo foi isso mesmo, um verdadeiro espetáculo, em todos os sentidos. Valeram as quase duas horas de fila interminável para entrar no recinto. O ambiente era descontraído, a multidão do mais plural que podia haver.


Ao contrário do que era previsto, os portões da Bela Vista abriram passavam muitos minutos das 17h.


Em romaria, a passo e passo, depois de um controlo cerrado, miúdos e graúdos entraram no parque. Houve quem corresse à procura do melhor lugar para assitir ao show, mas houve quem perferisse aconchegar o estômago e hidratar o corpo com a bela da cerveja.

Eu, pessoalmente, corri à procura de um WC para deitar fora toda a água ingerida durante o tempo de espera para entrar no recinto.

Ainda não eram 20h e a artista sueca Robyn subiu ao palco, o mesmo palco que Madona viria a pisar uma hora e meia depois.

Neste entre tempo, também o meu grupo de amigos se juntou à maioria dos presentes para jantar, ou melhor, para comer qualquer coisa que nos aconchegasse.


Enquanto trincávamos a bela de fatia de piza, o anfiteatro da Bela Vista assistiu ao início do espectáculo, que começou com um jogo de luzes e animação 3D. Eram 21h15m. Magestosa, a Diva surgiu sentada num cadeirão, toda ela ornamentada de cabedal. Poderosa!

Sem direito a falhas, tudo foi pensado ao milímetro. Durante duas horas Madonna não parou. Nem por um minuto se fez silêncio. Foram duas horas de pura adrenalina, preenchidas de cor, dança e, claro está, de música.

Os parabéns não podem ir só para a rainha da pop, que tem uma das melhores, se não a melhor equipa de profissionais consigo. Achei espantosa a qualidade do som, das coreografias, das passagens e misturas de música.


Ainda que estivesse distante do palco, deu para sentir e ver o show. Afinal, 75 mil pessoas é muita pessoa.


De todo o repertório, admito que não conhecia as letras de tudo o que foi interpetado. Mas, repito, o meu objectivo foi o de assistir à actuação perfeita e única como foi a de ontem.


Nem mesmo o frio que se fazia sentir me demoveu de ficar de pedra e cal a assistir ao melhor espetáculo que alguma vez vi!



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Até amanhã ou depois

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Mais um dia!

Há dias assim, em que nos sentimos apáticos, com vontade de tudo e de nada. Parece que a vida passa a correr, com uma pressa desmesurada e assustadora. Chego ao final do dia estupidamente cansada, com um desejo imenso de fechar os olhos e dormir. Dormir para desligar e recargar energias. Mas a verdade é que na manhã seguinte o cansaço acorda comigo. Gostava que fosse diferente, mas não tenho conseguido.
Vou coleccionando dores de cabeça, de costas e este ar desmaselado, de alguém que sofre de alguma coisa. Por vezes dou por mim a ser quem não sou.
Sinto-me cada vez mais sem paciência, sem forças para colocar em prática o que me dá vontade.
A verdade é que só paro em momentos como este, quando me dedico a “vomitar” o que sinto. Mas justiça seja feita, tenho de dizer que existe alguém na minha vida a quem devo muito. Alguém que me tem dado a mão, que me tem feito reagir e seguir em frente. Alguém que me faz sentir especial. A esse alguém me vou dedicando e demonstrando o quanto estou grata por tudo.
O dia está a acabar e finalmente vou repousar a cabeça no meu travesseiro, aconchegar-me nas minhas mais que tudo, Mano e Lopo, e deixar-me embalar num sono profundo, mas não sem antes ouvir a voz de quem AMO.
Até amanhã ou depois

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Promiscuidade!

Passaram alguns dias sem dar “notícias”. Pois é, outras prioridades têm tomado o meu tempo. Hoje resolvi escrever sobre algo que me deixou chocada neste fim-de-semana. Fui com amigos até uma das muitas discotecas lisboetas. Ao contrário do que é normal, a dita discoteca contou com a presença de muitos jovens, alguns com menos de 18 anos, seguramente. Depois de dar um pezinho de dança, rumei até à ala dos fumadores para descansar um pouco, dado o meu estado de cansaço e a hora avançada. Fiquei a analisar o comportamento da multidão, a agilidade da DJ e a destreza dos barman’s / barwomen’s. Foi neste momento de pausa que os meus olhos se fixaram num grupo de jovens, rapazes e raparigas, que além de estarem bem bebidos, estavam bem alterados. Achei estranho quando vi um dos rapazes começar a beijar um outro rapaz, como se não houvesse mais amanhã. Se com isto fiquei perplexa, a coisa agravou-se quando vi uma rapariga, do mesmo grupo, a dirigir-se a um dos amigos a pedir-lhe que fosse beijada. E assim foi! O ritual repetiu-se vezes sem conta entre os dez membros daquela turma. Trocavam de par como quem troca de camisa. Estava atónita!
Penso que terei sido a única pessoa que se apercebeu da cena. Centenas de pessoas dançaram a noite toda e, penso eu, ninguém se terá apercebido. Ou então, até deram conta do que se estava a passar, mas ignoraram. Agora pergunto: será que sou eu que estou ultrapassada, que sou mente fechada, que tenho andado a perder novas tendências ou…está tudo louco? Falta referir que aquelas raparigas e rapazes não têm mais de 19 a 20 anos!
Acho que uma palavra resume bem aquilo que penso do que presenciei: promiscuidade!



Imagem CS


Até amanhã ou depois!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Férias vs Trabalho

Para quem me conhece, sabe que não sou de ter inveja de terceiros, mas a verdade é que hoje um sentimento estranho se apoderou de mim ao entrar no escritório vazio, dada a ausência de mais de 90% do pessoal, que está, adivinhem, de férias! Senti uma nostalgia imensa dos tempos de escola, quando tinha mais de um mês de descanso. Já lá vão uns bons quatro anos sem repouso total, sem preocupações laborais, sem o telefone a tocar por causa disto ou daquilo. O que mais desejo neste momento é que chegue o dia em que terei direito às tão desejadas férias, longe de casa, do reboliço citadino, das inquietações profissionais e, muito importante, com dinheiro no bolso para pegar na minha laranja-metade e “fugir” para um destino qualquer, onde não falte sol, praia e muita diversão. Enquanto esse momento não chega, vou aproveitando os finais de dia para estar com amigos, fazer jantaradas e dar um pé de dança no local de sempre. Aos finais de semana recupero horas de sono e rumo para onde me desafiarem.
Não fosse o custo exacerbado do combustível e a necessidade de descansar, garanto que agora não estaria para aqui a “lamentar” desejos básicos, como é o de ter FÉRIAS!
Para quem está de “molho”, aproveitem e gozem enquanto podem. Para quem, como eu, está a dar no duro, coragem que a nossa vez vai chegar!








Imagens CS

Até amanhã ou depois!

domingo, 17 de agosto de 2008

Por aí....

Todas as manhãs o ritual repete-se. Hoje não foi excepção. Pouco faltava para o relógio marcar 11 horas quando acordei de uma noite de sono ténue. Levantei-me, depois de mimar as duas felinas que todas as noites me fazem companhia. Confiante que lá fora o sol brilharia, levantei os estores do quarto, da sala e da cozinha, mas foi triste a surpresa. O dia apresentou-se fosco, sem brilho, pesado e solitário. Ainda adormecida, coloquei a chaleira ao lume e o pão na torradeira. Enquanto a água fervia e o pão torrava, fui ligando o portátil e a TV. Sentada frente aos monitores, tomei o pequeno-almoço enquanto verifiquei os emails e visitei algumas páginas Web.
Hoje é domingo e até havia muito para fazer, mas a vontade era pouca ou nenhuma. Pensei em ir ao cinema, passear, sair de casa. Mas do querer ao fazer vai um extenso caminho, tão comprido ou tão curto que faltaram as forças e o incentivo para o palmilhar. Há dias assim, feitos de contradições. O Homem é o paradoxo materializado
. Eu serei, com toda a certeza, dos Seres mais complexos que conheço. Ainda que alguém o sinta, sou eu que o digo, que o sinto e reconheço. Enquanto isso, deixo-me ir, por aí!




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Até amanhã ou depois!

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Coincidências




You Belong in Barcelona



When it comes to Europe, you don't want to decide between culture and fun. You want art by day and a big party by night.

Barcelona is ideal for you. You can check out some Picasso, eat some tapas, take a siesta, and then dance all night!




Ele há coisas engraçadas neste mundo das novas tecnologias. Enviaram-me este "jogo", que consiste em algumas questões cujas respostas dadas nos conferem uma cidade com a qual nos indentificamos. Sempre disse que a única cidade onde poderia um dia vir a viver seria Barcelona. Qual não é o meu espanto ao ver que, depois de responder às questões deste dito jogo, a cidade sorteada foi justamente BARCELONA! Será coincidência?

Até amanhã ou depois!

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Enigma

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A vida é feita de enigmas, descobertas, desilusões, alegrias e tristezas
A vida és tu quando me olhas profundamente e sussurras que me amas
A vida sou eu ansiosa por te ver e abraçar
A vida são os momentos em que nossos corações batem no mesmo compasso
A vida acontece quando nossos corpos se entrelaçam e a simbiose ocorre
A vida é um encontro sempre que nos vimos
A vida…a vida és tu


Até amanhã ou depois!

sábado, 2 de agosto de 2008

De Temps en Temps





Há músicas com as quais me indentifico. Esta é uma dessas músicas. Já agora, vale a pena referenciar que este jovem foi um exemplo de valentia e coragem. Alguém que nunca deixou de seguir um sonho e de viver, mesmo sabendo do seu anunciado fim! Morreu aos 23 anos, com mucoviscidose. Sempre soube que a sua esperança média de vida não ultrapassaria os 30 anos, mas, ainda assim, lutou por ser reconhecido como cantor. Conseguiu atingir o estrelato, viveu intensamente cada dia, não deixou de sorrir à vida. Hoje é recordado como o menino anjo - Grégory Lemarchal.



Até amanhã ou depois!

sábado, 19 de julho de 2008

Momento

Sei do passado, do ontem que findou
Das lembranças amargas e dos gritos surdos que ainda ecoam
Recordo-me de mim, do que um dia fui e hoje não sou
Vagueio em pensamentos obtusos, aqueles que vou arrumando em lugar nenhum
Se ao menos alguém entendesse o que não sinto
Gostava de voltar a ser o que nunca fui
Retomar o ponto de partida e desviar caminho
É, lá fora a vida corre e não me espera
Por enquanto vou estando, até ao dia em que a porta da eternidade se abra...




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Até amanhã ou depois!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Intervalo

A vida é feita de intervalos, uns mais longos que outros. Já perdi a conta dos intervalos que vivi ou passei. Não falo dos intervalos de descanso, mas dos interregnos de uma caminhada.
Quantas vezes parei, tropecei e desesperei!
Quantas vezes sinto que não vale a pena tanto esperar!
Por agora, sinto que vivo mais um intervalo, porque acredito no caminho traçado e porque quero, gostava, de chegar ao fim do trilho, apenas e só para realizar a razão da minha existência.....


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Intervalo - Per7ume

Vida em câmara lenta,

Oito ou oitenta,

Sinto que vou emergir,

Já sei de cor todas as canções de amor,

Para a conquista partir.


Diz que tenho sal,

Não me deixes mal,

Não me deixes...


No livro que eu não li,

No filme que eu não vi,

Na foto onde eu não entrei,

Notícia do jornal

O quadro minimal... Sou eu...


Vida à média rés,

Levanta os pés

Não vás em futebois, apesar...

Do intervalo, que é quando eu falo,

Para não me incomodar.


Diz que tenho sal,

Não me deixes mal,

Não me deixes...


No livro que eu não li,

No filme que eu não vi,

Na foto onde eu não entrei,

Notícia do jornal

O quadro minimal... Sou eu...


Não me deixes já

A história que não terminou

Não me deixes... No livro que eu não li,

No filme que eu não vi,

Na foto onde eu não entrei,

Notícia do jornal

O quadro minimal... Sou eu...


No livro que eu não li,

No filme que eu não vi,

Na foto onde eu não entrei,

Noticia do jornal

O quadro minimal... Sou eu...


Até amanhã ou depois!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Nham nham

Ele há sítios especiais! Este é um deles, acreditem!

Até amanhã ou depois!


quinta-feira, 26 de junho de 2008

...

Hoje foi dos dias em que consegui chegar a casa a horas decentes. Que bem me soube dedicar-me às lides domésticas, brincar com as minhas filhotas felídeas e vegetar frente ao TV a ver novelas brasileiras. Tive tempo para muita coisa, até para pensar e pesar os prós e contras dos últimos meses. Muito aconteceu, de bom e de mau. Tendencialmente pensamos e valorizamos os aspectos negativos. Eu não sou excepção à regra. No início de 2008, a 14 de Janeiro, fui submetida a uma cirurgia que tinha tanto de vulgar, como de complexa. Pela segunda vez foram-me retirados nódulos mamários. Não sei precisar a quantidade de pontos que levei, mas foram seguramente várias dezenas. Ficaram marcas para toda a vida. Marcas difíceis de ignorar, de superar e de esquecer. A recuperação foi dolorosa, complicada e medonha. A operação não correu como o previsto. Confesso que, por momentos, pensei que nunca mais voltaria a estar junta dos que amo. Apesar das dores, da monstruosa indisposição e dos olhares preocupados de médicos e enfermeiros, não desisti. Quis Deus e a minha vontade de viver que hoje estivesse aqui.
A primeira meta foi ultrapassada. Regressei a casa e aos poucos fui retomando a normalidade de um dia-a-dia. Os primeiros tempos de pós-operatório foram conturbados. Tinha medo de encarar as pessoas, fossem elas família, amigos ou conhecidos. Se por um lado queria estar acompanhada, por outro, escondia-me. As dores e as náuseas eram mais que muitas, mas sabia que não me podia entregar ao facilitismo que era o de lamentar a minha condição. É verdade, estava mais carente, pedi muitas vezes atenção, mas aos poucos fui erguendo a cabeça e encarando a vida, tal e qual como sou/fiquei. Os dias que se seguiram foram aterradores. Pela primeira vez, em dez anos de jornalismo, descobri qual a sensação de estar desempregada. Mais uma muralha desabou sobre mim. Cedi, chorei e desesperei. Deixei o orgulho de lado e vi-me obrigada a pedir ajuda. Ainda que essa mesma ajuda não fosse a necessária, não deixei de olhar em frente.
Alguns meses depois, voltei a ver o sol brilhar. Por agora limpo os escombros e tento reerguer o que a tempestade destruiu.
Acredito que quem me lê deverá, por esta hora, interrogar-se do porquê deste texto. Respondo directa e friamente: Porque não devemos temer o que há muito está traçado. Porque não devemos desistir de lutar, apesar das adversidades. Porque a vida existe e é para ser vivida. Porque todos nós somos detentores de uma força imensurável.

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Até amanhã ou depois!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Eu quero...

Sei que não é Natal, mas vou pedir um presente antecipado ao senhor das barbas brancas ou a quem me quiser presentear.

- Quero que o meu telemóvel deixe de tocar durante o fim-de-semana
- Quero passar dois dias de puro relaxe, sem nada a preocupar-me
- Quero rir, divertir-me sem exageros, porque o corpo e mente estão exaustos
- Quero muito mimo
- Quero conforto
- Quero dormir
- Quero sol
- Quero paz

Não me parece estar a ser demasiado exigente, pois não?






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Até amanhã ou depois!

Quase...

E lá ficámos, mais uma vez, no quase!... Quase que ganhávamos o jogo contra à Alemanha. Quase que marcávamos uns quantos golos. Quase conseguíamos derrubar os muitos centímetros dos germânicos. Quase tentámos dar volta ao resultado. Quase o Ricardo fez boa figura. Quase não entrávamos a medo no jogo. Quase o mister Scolari conseguia sair em grande da Selecção. Mas o quase de nada valeu e lá ficámos pelo caminho. Vamos ver se o quase deixa de fazer parte do léxico futebolístico da Selecção portuguesa!? De uma coisa tenho a certeza, e olhem que não percebo muito de futebol, os lusitanos estiveram muito bem, com grande garra no final. Se não fosse a miopia do árbitro e dos fiscais de linha, quase poderíamos ter ganho!

VIVA PORTUGAL...VIVA O PAÍS DO MAR E DAS DESCOBERTAS!




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Até amanhã ou depois!

quarta-feira, 11 de junho de 2008

O valor da simplicidade

Os últimos tempos têm sido de grande correria. O dia tem invadido a noite, deixando-me sem tempo para fazer o que quer que seja, a não ser trabalhar.
Muita coisa tem acontecido, tanto a nível profissional, como pessoal. Resta-me o conforto do lar, as gatas e alguns amigos, para recarregar forças. O raciocínio está lento, as ideias turvas, a vontade de escrever é escassa e o cansaço é mais que muito. Ainda assim, resolvi deixar aqui um pequeno texto, para marcar presença.
Vou falar de algo cada vez mais raro nos dias de hoje: da simplicidade e genuinidade humana. Raramente me cruzo com pessoas puras, sem maldade e interesses de terceira ordem, mas há sempre a excepção à regra.
Ultimamente tenho convivido com um grupo de pessoas bastante bem humorado e de uma autenticidade como há muito não via. Não quero menosprezar aqueles por quem tenho uma enorme amizade de anos. Quero aqui expressar o meu espanto por ter “encontrado” um lado humano com o qual não contacto há muito tempo. É bom sentar-me à mesa de quem me olha nos olhos e me vê além do que sou profissionalmente, do que tenho, do que posso vir a ter e de quem conheço ou posso vir a conhecer. Sabe bem, estar com quem se preocupa comigo, com quem se dá sem querer algo em troca, com quem me respeita e me aceita, sem lugar a juízos de valor. Gosto desta liberdade, de ser mais eu! Gosto do confronto de ideias e de modos de estar diferentes. Faz-me bem a troca de experiências de vida. Conforta-me saber que sou aceite como sou. Pessoas assim são preciosas e escassas. A estas pessoas, o meu muito obrigado.





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Até amanhã ou depois!

domingo, 1 de junho de 2008

Grandmother

São poucas, muito poucas, as pessoas que AMO, a minha avó materna é uma delas.

Sorriso cândido, que guarda dor
Olhos de limbo, espelho de vida
Alma limpa, pura e incolor
Fonte de paz, a mais querida

Coisa estranha ver sofrer
Coisa estranha não chorar
Coisa estranha tanto querer
Coisa estranha tanto amar


Grito silencioso, vontade de partir
Amarras da alma, mazelas do coração
Que força tamanha, que singelo esse sentir
Que terna imagem, que verdadeira paixão

Coisa estranha ver sofrer
Coisa estranha não chorar
Coisa estranha tanto querer
Coisa estranha tanto amar

Rugas do tempo, mapa de existência espinhosa
Quanta fome, quanta amargura
Sina triste, caminho de pedra dolosa
Ser amado, que linda, que ternura

Coisa estranha ver sofrer
Coisa estranha não chorar
Coisa estranha tanto querer
Coisa estranha tanto amar


És minha, de todos e de ninguém
Raiz de força, garra e sem dó
Árvore esbelta, inóspita e mãe
É de ti que falo ...de ti minha avó




Até amanhã ou depois!

terça-feira, 27 de maio de 2008

Reflexões

Parece apanágio, mas a verdade é que todos os momentos que tenho para aqui deixar um testemunho, são aqueles em que tento abstrair-me de algo, em consequência de algum cansaço acumulado. Depois de seis horas de reunião, eis que me sento frente ao portátil, após uma refeição ligeira, para verificar e-mails e dar uma espreitadela a alguns sites que, por hábito, gosto de coscuvilhar. Não sei ao certo o que escrever, mas as palavras vão surgindo ao sabor da lentidão com que dedilho o teclado.
Hoje foi um dos dias em que várias coisas me assaltaram o pensamento. Coisas essas como pessoas, sentimentos e experiências passadas.
Dou por mim a envelhecer e a crescer. É a lei do Homem. Ainda que os anos passem, sei que tenho muito para aprender, enquanto mulher, profissional, amiga e amante. Cada dia que passa vou folheando mais uma folha deste meu livro, desta minha vida. Não sei quantas mais páginas me esperam, mas sei que muitas das que passaram foram rasgadas e maltratadas por mim. Não por descuido, mas por ingenuidade. Um dia, quando o meu livro se fechar, sei que não vou deixar um grande legado. Por teimosia, insisto em não ter cuidado no trato que dou a este livro. Consciente, cometo repetidamente o mesmo erro. Já é tempo de parar e estimar o que tenho. Eu.
Tento dar sem o intuito de receber, mas acabo por ser ressarcida com um pouco de nada. Tento estar à altura das necessidades dos que me rodeiam, mas acabo sempre por cair de tão alto que subo. Vou tentando agarrar a aragem de felicidade que por vezes sinto tocar-me, mas quando dou por ela, já se foi, partiu. Resta-me a esperança no amanhã, nas páginas de um livro escrito, mas cujo conteúdo futuro desconheço. Por hoje, vou continuando a ser quem sou. Alguém com ambições comedidas e transversais ao comum dos mortais.
Que não se pense que estou triste ou melancólica, porque esses estados de alma são demasiado íntimos para os expor aqui. Este é um texto de reflexão, que vos quer deixar a pensar no valor que temos perante quem nos rodeia.






Imagem CS

Até amanhã ou depois!


quarta-feira, 21 de maio de 2008

Os meus amores

Há dias assim, em que nos sentimos cansados. Eu sinto-me cansada. Quando regressava para casa, depois de um dia mentalmente preenchido, pensava o quanto me iria saber bem chegar ao meu canto e encontrar algo ou alguém que me ajudasse a desligar do turbilhão de assuntos resolvidos e por resolver. Desviei caminho e fui tratar um pouco de mim. Pouco faltava para bater as 21h quando meti a chave na porta. O meu olhar fixou-se nos dois Seres que todos os dias me esperam, seja de dia ou de noite, cedo ou tarde. É certo que não falam, que não me ajudam a fazer o jantar, que não me dão uma massagem, que não me perguntam se quero ou não falar. Mas que importa isso se elas estão sempre lá, sempre.
Por minutos esqueço-me de tudo, porque lhes dedico o melhor de mim, com todo o carinho e atenção. E elas, elas reconhecem o amor que lhes tenho. Apesar das traquinices, não deixam de mostrar afecto, ainda que por vezes seja em demasia.
Como disse, estou cansada. Vou deitar-me com a certeza que alguém me fará companhia nesta noite. Elas, as minhas fieis gatas, vão aninhar-se em mim e adormecer ao som das batidas do meu coração, sempre melodioso quando próximo dos que amo. Nem todos conseguem ouvir estas batidas, como elas ouvem e sentem a cada dia que passa.



Imagem CS (Lopo)
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Imagem CS (Manu)






Até amanhã ou depois!

domingo, 18 de maio de 2008

Há dias assim

Este texto foi escrito no dia 9 de Maio de 08, mas só agora o vou publicar porque…esqueci de o fazer na altura certa. A velhice tem destas coisas.

Sinto-me cansada, pelo dia de hoje e, antecipadamente, pelo que me espera amanhã – casamento do mano.
Acordei cedo, eram 07h. Duas horas depois rumei até ao HSM para uma consulta. Tinha hora marcada. Cheguei em cima do tempo, às 10h30m. Corri que nem uma louca até ao edifício de consultas, mas quando entrei, deparei-me com uma fila imensa de pessoas, que aguardavam a vez para marcação. O calor que se fazia sentir na sala era tremendo, depressa tirei o casaco e fiquei em mangas de camisa. Esperei mais de meia hora até chegar ao guiché. Escusado será dizer que não havia uma única cadeira para me sentar, muito menos, espaço para puder aguardar na dita sala de espera. Senti-me a desfalecer. Fui até à enfermaria e pedi que me medissem a tensão. Sentei-me numa poltrona, num ambiente muito mais fresco e mais descoberto. A tensão estava baixa. A simpática e muito jovem enfermeira resolveu chamar a minha médica que, prontamente, veio ao meu encontro. Tentei explicar que a quebra de tensão deveria estar relacionada com o calor e a confusão que se fazia sentir lá fora, na exígua sala, onde mais de 100 pessoas esperavam por uma consulta. A minha médica insistiu para que comesse umas bolachas e bebesse um chá. Mais uma vez insisti que tinha acabado de tomar o pequeno-almoço, que não estava com fraqueza. Depois de muita insistência, acabei por dar dois ou três golos no chá e comi uma bolacha. Passados dez minutos fui chamada à consulta, onde permaneci por cerca de uma hora. Não foi uma hora de consulta, porque durante 20 minutos andei às voltas com o computador e impressora do gabinete, que estavam encalhados. Em suma, algo vai muito mal naquele hospital. As condições para receber os doentes são péssimas e as novas tecnologias, que deveriam acelerar o tempo de espera dos utentes, deixam muito a desejar.
Mas a saga não se ficou por aqui. Eram 12h e fui a correr ao meu local de trabalho levantar um DVD para levar para uma reunião que tinha agendado para as 15h. Entretanto, e porque tinha de almoçar, resolvi ir até casa dos pais. Comi de rompante e rumei até ao local da reunião, que demorou duas horas. Às 17h corri os corredores da Zara para comprar algo para o tal dia de amanhã. Depois, sapataria, por fim, cabeleireiro. Cheguei a casa já passava das 21h, o telemóvel não parou de tocar. Sempre assuntos de trabalho. Eram 22h e consegui sentar-me para jantar.




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Até amanhã ou depois!

Wedding

E pronto, o meu mano casou. Já lá vai uma semana desde o dia. Não quero e não vou entrar em lamechices, apenas quero dizer que nunca fui apologista do matrimónio, de toda a sumptuosidade envolta neste tipo de festa. Defendo que a união entre duas pessoas deve ser feita com base no amor, na entrega e no respeito, sem lugar a papéis assinados e anilhas no dedo. Mas respeito quem pensa assim e sempre teve esse secular sonho, o de casar. O meu irmão estava elegante, com o seu fato em cor pérola, mas com uns sapatos horrendos. A calma que ele transparecia contrastava com os nervos miudinhos dos pais e dos padrinhos, do noivo e da noiva. Eu, eu estava na expectativa. Sabia que não me iria comover, nem nada que se parecesse. Quando a marcha nupcial começou, um manto de luz encheu a igreja. De braço dado com o pai, a minha cunhada foi entregue aos braços do seu futuro marido. A cerimónia foi curta, com momentos únicos, como a dificuldade e atrapalhação do mano em colocar a aliança apertada no dedo da sua esposa. A risota foi geral.
Seguiu-se a sessão de fotografias, desejada por muitos e perfeitamente dispensável para outros. Confesso que o único momento em que realmente me comovi foi na hora em que o meu mano me abraçou. Mas não chorei, apenas lacrimejei um pouco. Acho que me deve ter entrado um cisco no olho!
Em suma, tenho a dizer que mesmo não gostando de casamentos, este foi especial. A minha cunhada estava deslumbrante, uma verdadeira princesa, tal como o seu marido, um príncipe. O dia correu bem, os noivos estão por esta altura em Punta Cana, num resort maravilhoso.
Que esta união seja eterna, como o meu amor por eles.




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Até amanhã ou depois!

terça-feira, 13 de maio de 2008

Uma Arlinda Mulher

Este fim-de-semana, que por sinal foi bastante preenchido, a minha laranja-metade resolveu ir ao baú e desencantou algumas músicas que brindaram o seu passado recente de boas recordações. Em jeito de homenagem à banda, infeliz e tragicamente desaparecida, deixo aqui a música, pintada com algumas imagens minhas, também elas de um passado muito recente! Claro que esta é também uma pequena surpresa para o meu citrino!

Até amanhã ou depois!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Alentejo

No Alentejo sacia-se o olhar, o tacto, o gosto e o paladar. Dizem que é o tesouro escondido de Portugal, mas um tesouro fácil de descobrir.
É com toda a certeza uma descoberta aprazível aos cinco sentidos. A ruralidade traça-lhe o jeito. E os vestígios de vidas passadas conferem-lhe o traço. O património é vasto. Da arqueologia se pode falar, seja de antas, aquedutos, grutas ou cidades fortificadas silenciadas pelo tempo.
Um olhar mais atento depressa junta o megalítico ao romano, a tradição árabe à judia, o património religioso ao património natural. É assim o Alentejo, onde várias culturas se cruzam. É terra de romanos, mas também chão outrora de mouros. Os mesmos mouros arquitectos das típicas ruelas e dos famosos tapetes de Arraiolos.
Das imponentes igrejas, castelos e centros urbanos, o Alentejo exibe sem modéstia o legado conquistado por quem já partiu, mas deixou marcas na alma das gentes que vivem devagar, como se deleitassem cada momento que o tempo ameaça apagar. O mesmo tempo que passa pelas adormecidas fortificações do Guadiana, Elvas, Mértola e Marvão.
O povo das extensas planícies douradas, dos montes, da serra e do mar, preservam a sua religiosidade. As edificações religiosas mantêm-se, na sua maioria preservadas e visitáveis.
Falar do Alentejo é falar dos 165 quilómetros de costa. Calcorrear Troía até Odemira. Aproveitar o extenso areal de 47 quilómetros a norte, ideal para o forasteiro banhista.
Mais agreste, a zona sul costeira apresenta cenários convidativos ao recatamento, entre falésias e o mar. A natureza preservada é ponto de passagem e menção obrigatória. Existem 3 parques naturais e uma reserva natural. Esta última, a do Estuário do Sado. Os parques são o Vale do Guadiana, Sudoeste Alentejano e Costa Vincentina e Serra de São Mamede. Atractivos de excelência são as condições naturais que a região oferece, como é o caso de Montargil até Santa Clara, para a prática de desportos da natureza. Os vários cenários de albufeira proporcionam momentos de comunhão com a mãe-natureza, seja em passeios de canoagem, como em passeios a pé ou a cavalo.
Existem, nesta pátria plantada no coração de Portugal, hábitos, costumes e culturas que assinam a região.
Das velhas artes, ainda trabalham as mãos sábias que dão vida ao artesanato por muitos cobiçado, como os tapetes de Arraiolos ou os tapetes de tear, naturais de Portalegre. Do barro, moldado pelos dedos de quem sabe, nascem as loiças de Nisa e os pratos do Redondo. Deste extenso cardápio também vigoram as rendas, os vimes ou os cobres.
Pelo estômago se aguça a vontade. A cozinha alentejana herdou saberes e sabores apetecíveis, proporcionando um dos maiores prazeres da vida. O pão é rei, sempre presente nas açordas, migas, fatias douradas e ensopados. E o azeite é imprescindível na confecção de grande parte dos pratos que, por norma, emanam o aromatizado de ervas de cheiro.
Nas entradas, queijos e vinhos alentejanos, o fumeiro tradicional e muita vontade de degustar, lentamente, cada uma destas iguarias. Só assim se sabe o Alentejo.
Nem sempre a mesa foi farta na casa do povo alentejano, mas hoje, onde a míngua de outros tempos imperou, os repastos são senhores de uma cultura sem fim.

Ass: CS






Imagens CS

Até amanhã ou depois!

A minha Avenida

Hoje, calcorreava eu a Av. 5 de Outubro, em Lisboa, a caminho de uma reunião de trabalho, quando dei por mim a pensar nas vezes que por ali já havia passado. É incrível a vida que as voltas dá. Lembro-me de passear por aquela artéria em miúda, de mão dada com a minha mãe. Recordo-me das vezes que por ali passei a caminho do Hospital Curry Cabral, da entrada das antigas instalações da RTP, da pastelaria onde era costume ir comprar um bolo. Passados tantos anos, esta grande rua lisboeta continua a acompanhar o meu percurso de vida. A TV do Estado mudou de lugar, a pastelaria já não existe e raramente recorro ao hospital da zona. Ainda assim, é nesta avenida que trabalho e onde encontro mensalmente a minha terapeuta.
As pedras daquela calçada sabem muito de mim, mais do que eu. Já me viram chorar, rir, desesperar e almejar. Há lugares assim, que sempre nos acompanharam, que nunca deixaram de fazer parte do nosso dia-a-dia, mas aos quais não lhe atribuímos importância. O mesmo acontece com algumas pessoas, aquelas que estão sempre ao nosso lado, mas que só lhe damos a devida importância quando um dia deixam de estar. Ao longo destas (quase) três décadas de vida, foram muitas as personagens que se cruzaram no meu caminho, naquele caminho, sem que soubessem quem sou. Como a vida, aquela avenida é apenas um local de passagem, que nos dá acesso a um destino. Muitos de nós trilhamos o mesmo percurso, mas só nos damos conta quando nos encontramos, um dia, na mesma esquina.
Quantas vezes vamos a par com alguém sem dar-mos conta desse mesmo alguém? Quantas vezes somos cegados pelo sol e deixamos de ver o brilho interior de quem nos acompanha? Quantas vezes optamos por atalhos que nos levam a lado nenhum? Quantas vezes caímos no mesmo buraco? Quantas oportunidades temos de trilhar este mesmo caminho?




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Até amanhã ou depois!

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Meu mar

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Há sítios especiais, como este, o Guincho. É no mar onde espraio o olhar, onde lanço meus medos, tristezas, alegrias e ânsias. É aqui que retorno sempre que posso, ainda que não tantas quantas desejaria.




Até amanhã ou depois!