sexta-feira, 11 de abril de 2008

Regresso

Hoje retornei a um dos sítios que jamais vou apagar da minha memória. Por ali vaguiei dois meses da minha vida. Já lá vão uns bons 8 ou 9 anos.
Tinha hora marcada, mas o cansaço pregou-me à cama e quando dei pelas horas estava mais do que atrasada! Mas ela lá estava, calmamente à minha espera. Ela que um dia me deu a mão. Ela, umas das responsáveis por estar aqui.
Já não nos víamos há um ano, quem sabe um pouco menos. Dos 15 minutos de conversa, lembro-me pouco. Apenas me assalta à memória aquele jardim, aquele edifício, aquela sala de espera, aquele corredor e a maldita enfermaria, onde permanece a malfadada balança.
Alguém me questionou, "mas você não vem cá há imenso tempo!?". Não respondi. Não respondi porque aquela pergunta fez com que o passado voltasse a correr em mim, mas a correr de uma forma tão intensa que acabou por ganhar cor, cheiro e dor.
Não importa o que ali fui fazer, nada importa do que possa escrever sobre aquele local. Apenas importa dizer que nós somos o resultado de uma vida, seja ela bem ou mal vivida.
Até amanhã ou depois!

segunda-feira, 7 de abril de 2008

"Poliamor"

Estava eu reunida com um grupo de amigos, no passado fim-de-semana, quando ouvi falar pela primeira vez de “poliamor” (desculpem a minha ignorância). A definição surgiu porque na hora das despedidas, um grupo abraçou-se e alguém lançou para o ar: “ui, isso é só poliamor!”. Desde logo percebi o significado, bastou apenas desmembrar a palavra para perceber: tão simples como 1+1= 2 (ou não!?). A piada ficou por ali, sem que eu pensasse mais sobre o tema. Na manhã seguinte, a minha laranja metade tocou no assunto e explicou-me o porquê da “private joke”. E não é que o conceito existe, assim como movimentos associativos em prol do “poliamor”? Resolvi indagar mais sobre o tema e encontrei esta definição:


“Poliamor é um tipo de relação em que cada pessoa tem a liberdade de manter mais do que um relacionamento ao mesmo tempo. Não segue a monogamia como modelo de felicidade, o que não implica, porém, a promiscuidade. Não se trata de procurar obsessivamente novas relações pelo facto de ter essa possibilidade sempre em aberto, mas sim de viver naturalmente tendo essa liberdade em mente.

O Poliamor pressupõe uma total honestidade no seio da relação. Não se trata de enganar nem magoar ninguém. Tem como princípio que todas as pessoas envolvidas estão a par da situação e se sentem confortáveis com ela.”



Ora bem, que dizer? Digo que respeito as diferenças, mas que não concebo a ideia, não no meu “modus vivendi”. Existem diferentes formas de amar, é certo! Mas AMOR, aquele em que me partilho e me entrego na totalidade a alguém, esse AMOR é uno e indivisível. Eu amo algumas pessoas, como familiares e amigos, mas não é com eles que reparto a minha cama, a minha escova de dentes, o meu prato, a minha total e inteira intimidade.
Sou fiel a todos os tipos de amor, mas com contra peso e medida e cada um no seu devido lugar.
Não se trata de puro egoísmo e de querer a pessoa que amo só para mim, pelo contrário. Trata-se de uma questão de honra e respeito pelo sentimento mais nobre que conheço.
Não quero parecer preconceituosa, irascível, porque cada um é livre de fazer o que bem entende (sei que já o tinha dito, mas é relevante enfatizar). É um modo de estar na vida, de gerir sentimentos (e que gestão?!), de ser diferente, muito diferente, numa sociedade como a nossa.
Temo uma coisa, que um dia os movimentos pelo “poliamor” venham reivindicar direitos de igualdade, como acontece com DUAS pessoas do mesmo sexo que querem constituir família, ter uma vida em conjunto, sob o conceito normativo de casal.
Só posso conceber o “poliamor” sob uma perspectiva, que não a original, e para isso faço-me valer de uma das passagens da Bíblia: “como o Pai me amou, assim também eu vos amei.” (Jo15, 9) e, mais adiante, “amai-vos uns aos outros como eu vos amei.” (Jo 15, 12). (quem me conhece sabe que sou crente e que esta citação não foi aqui mencionada por brincadeira).


Por favor, não confundamos as diferentes formas de amar, apenas respeitemos a diferentes formas de estar, sem que essas diferenças interfiram ou prejudiquem terceiros.

Imagem CS


Até amanhã ou depois!

domingo, 6 de abril de 2008

Ora Viva!

Ora viva, este é o primeiro texto de um blogue que pretende ser um espaço de ideias, de partilha e de debate. São 21h, do dia 6 de Abril de 2008, estou "vazia" para escrever seja o que for, pelo menos, algo com sentido ou coerência. Assim sendo, fico-me por aqui, com a certeza que este não foi um bom pontapé de saída, não para quem tenha alguma expectativa quanto ao que daqui pode sair!



Ok, vou apenas deixar um pequeno texto, uma junção de palavras que resultou nisto:




Espero

Espero nascer outra vez
Tocar o sol sem me queimar
Voar e dizer adeus
Sentir a dor da felicidade
Gritar fundo ao mundo
Abrir os olhos e encontrar
Quero sentir a liberdade
Correr sem me cansar
Sorrir e ter saudade
Dizer quem sou
Mostrar quem fui
Partilhar quem quero
Chorar o passado
Abraçar o amanhã
Entregar-me à paz
Louvar a Deus
Amar a Mãe
Pecar por ser verdade
Perdoar se errar
Andar e cair
Erguer sem magoar
Luzir no limbo
Descansar no éden
Arrepender-me do que não fiz
Lutar para ser feliz



Ass: cs



Imagem CS




Até amanhã ou depois!