"Pissoal", estive 2 dias e meio na terrinha dos papais, que é como quem diz, em Trás-os-Montes. Digamos que foi pouco tempo, mas o suficiente para não me fartar. Sinceramente não tenho grandes recordações da aldeia onde passei praticamente 17 Verões da minha vida, sem nada para fazer, a não ser dormir e vegetar. Não sou muito ligada às lides do campo, embora adore o contacto com a natureza. Agora, que os meus pais estão definitivamente a viver no seu monte, longe do rebuliço citadino, até mesmo do coração da aldeia onde cresceram, tudo gira em torno da casa e da vida agrícola. Sim, é verdade, depois de reformados decidiram dedicar-se ao cultivo de "n" coisas. Aliás, as terras nunca deixaram de ser trabalhadas, mas sempre por pessoas a quem lhes foi depositada essa confiança. Com todo o tempo do mundo, papai e mamãe cuidam das terras com as suas próprias mãos, num regresso ao passado há muito desejado. Eu, patinho feio, fico feliz por eles, mas não tenho perfil para a vida que eles escolheram. Papai adora mostrar o que tem de cultivo, onde são as terras e o que planeia fazer a curto e longo prazo. Eu, que faço por decorar onde são os terrenos e o que têm cultivado, olho para tudo o que se avista de casa e fico atónita, porque nunca serei capaz de dar conta de tanta coisa. Pior é somar muito mais ao que se vê da janela do meu quarto. Ontem mesmo "vesti-me" de filha super interessada e lá fui no tractor (imaginem a linda figura da Only, de óculos de solo, a comer pó e a sorrir, como se estivesse adorar. Para não falar na valente negra que ficou registada na minha nádega, tamanhos os solavancos!), visitar as terras dos papais. E pronto, foram assim os poucos dias na terrinha.
Dizer ainda que fui visitar uma das pessoas que mais amo, a minha avó. Olhá-la, senti-la, abraçá-la, dizer-lhe que a amo, ainda que ela não me reconheça, faz-me bem. Bom mesmo é sair de junto dela e trazer comigo o seu cheiro, o seu calor e o seu amor.
Em breve voltarei à terra que fica para lá dos montes, com a promessa de vir carregada com tudo o que a dita terra dá. Desta vez trouxe figos, uvas, tomates, pão, batatas, azeite, queijo e um coração cheio de amor.
Até amanhã ou depois!