Com o fim-de-semana à porta, resolvi vasculhar algumas das minhas aventuras enquanto repórter de uma publicação internacional de Turismo. Deixo-vos aqui a crónica de uma experiência única pelos céus algarvios!
O dia em que toquei o céu
Em pleno Verão, num dia que prometia calor, muito calor, mais de 38º, eu e o John, o divertido fotógrafo que me acompanha nas incursões por Portugal, rumamos até à cidade de Lagos, no Algarve. Pouco passava das 8h quando saímos de Lisboa. Em pouco mais de duas horas e meia, por auto-estrada, chegamos ao destino. A nossa viagem tinha um propósito: voar sobre Lagos, em asa delta motorizada e ultraleve (aeronaves ultraligeiras).
Chegados ao Aeródromo Municipal de Lagos, onde está sedeado o Gerry & Manuela Breen's Algarve Airsports Centre, fomos recebidos por Gerry Breen, piloto inglês, em Portugal há mais de vinte anos.
Confesso que estava um pouco ansiosa, pois nunca tinha voado em asa delta. Sim, eu fui na asa delta e o Jonh no ultraleve. O reconhecido profissionalismo de Gerry deixou-me à vontade, ou melhor, um pouco menos ansiosa. O compasso de espera, enquanto se preparavam as máquinas, foi aguçando a minha adrenalina. O John, habituado a estes voos, brincava com o meu nervosismo. Dez minutos de espera bastaram para ouvir: “vamos voar?”. Respirei fundo e lá me sentei no aparelho, desprotegido de qualquer corta-vento, como deve ser em asa delta. Apenas foram colocados os auscultadores com intercomunicação e o capacete. Depressa nos fizemos à pista para levantar voo. Em segundos deixamos solo firme para romper os céus de Lagos, onde o azul se confundia com o mar.
Eu, ao contrário do John, tive o privilégio de sentir o vento tocar-me a pele, de ter uma melhor percepção do que sobrevoávamos. O piloto que comandou a asa delta bem tentava falar comigo, mas a minha estupefacção diante de um cenário tão único, tão libertador, tão belo não me deixava dizer nada mais que “isto é fantástico”!
Começamos por sobrevoar a Marina de Lagos, depois as antigas Muralhas da Cidade, o Porto de Lagos e a Praia Dona Ana. Foi aqui que senti o quão pequeninos nós éramos diante de uma paisagem onde as pessoas que se banhavam na praia pareciam pontos não definidos na paisagem. A viagem, que durou mais de uma hora, prosseguiu pelo Farol da Ponta da Piedade, as celebres grutas de Lagos, a espectacular falésia do Porto de Mós, a Rocha Negra, a zona da Luz, as Ruínas Romanas, o Burgau, a Fortaleza da Boca do Rio e Salema. Espero não me estar a esquecer de nada, pois perdi a noção dos sítios pela imensidão do mar que a meus pés se estendia. Lembro do piloto, que comandava o aparelho, me ter avisado que sobrevoámos a Praia da Figueira, Praia do Zavial, Praia da Ingrina, Ilhotes do Martinhal, Fortaleza de Sagres e o Farol do Cabo de São Vicente. Aliás, o John registou esses locais com a sua máquina fotográfica.
Uma hora depois – o tempo passou tão depressa –, tivemos de regressar, com muita pena minha. Naqueles poucos minutos em que fazíamos a aterragem, os meus sentidos apuraram para absorver todas as sensações vividas. Toquei e senti o vento, meus olhos registaram todos os cenários, degustei a liberdade e satisfiz a ansiedade.
Ainda com a cabeça no céu, já em terra firme, Gerry perguntou-me se tinha gostado da experiência. Não sabia o que responder, por isso me limitei a afirmar que iria voltar. Gerry sorriu, apenas isso, sorriu!
Claro que não regressamos a Lisboa sem pedir as informações necessárias para um dia voltar.
Uma hora depois – o tempo passou tão depressa –, tivemos de regressar, com muita pena minha. Naqueles poucos minutos em que fazíamos a aterragem, os meus sentidos apuraram para absorver todas as sensações vividas. Toquei e senti o vento, meus olhos registaram todos os cenários, degustei a liberdade e satisfiz a ansiedade.
Ainda com a cabeça no céu, já em terra firme, Gerry perguntou-me se tinha gostado da experiência. Não sabia o que responder, por isso me limitei a afirmar que iria voltar. Gerry sorriu, apenas isso, sorriu!
Claro que não regressamos a Lisboa sem pedir as informações necessárias para um dia voltar.
Agora que escrevo este testemunho, tenho à minha frente a brochura do Gerry & Manuela Breen's Algarve Airsports Centre, onde leio que é possível qualquer pessoa marcar um voo como o que fiz, ou, quem sabe, marcar aulas (ensinamentos básicos) que permitem outros itinerários, em diferentes aeronaves ultraligeiras, com duração entre os 15 minutos e uma hora de voo, e com direito a certificado depois do voo.
Esta experiência está guardada nas muitas pelas quais passei, como “A” aventura que nunca vou esquecer e que, com toda a certeza, vou voltar a fazer.
Esta experiência está guardada nas muitas pelas quais passei, como “A” aventura que nunca vou esquecer e que, com toda a certeza, vou voltar a fazer.
Texto e img CS
Até amanhã ou depois!
4 comentários:
Que lindo! Tenho de pensar em investir nessa experiência, e logo em Lagos e arredores, que adoro!
:)
Tens um prémio no meu blog. Beijinhos e bom fds
Que experiência fabulosa e que belo olhar sobre a cidade de Lagos e sobre o mar! Também quero!
Analog e Bê, esta experiência está há distância de 2h30 da capital. Quanto a preços, não é muito dispendioso. Se um dia partirem nesta aventura, partilhem, gostava de saber como foi ;) **
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