segunda-feira, 7 de abril de 2008

"Poliamor"

Estava eu reunida com um grupo de amigos, no passado fim-de-semana, quando ouvi falar pela primeira vez de “poliamor” (desculpem a minha ignorância). A definição surgiu porque na hora das despedidas, um grupo abraçou-se e alguém lançou para o ar: “ui, isso é só poliamor!”. Desde logo percebi o significado, bastou apenas desmembrar a palavra para perceber: tão simples como 1+1= 2 (ou não!?). A piada ficou por ali, sem que eu pensasse mais sobre o tema. Na manhã seguinte, a minha laranja metade tocou no assunto e explicou-me o porquê da “private joke”. E não é que o conceito existe, assim como movimentos associativos em prol do “poliamor”? Resolvi indagar mais sobre o tema e encontrei esta definição:


“Poliamor é um tipo de relação em que cada pessoa tem a liberdade de manter mais do que um relacionamento ao mesmo tempo. Não segue a monogamia como modelo de felicidade, o que não implica, porém, a promiscuidade. Não se trata de procurar obsessivamente novas relações pelo facto de ter essa possibilidade sempre em aberto, mas sim de viver naturalmente tendo essa liberdade em mente.

O Poliamor pressupõe uma total honestidade no seio da relação. Não se trata de enganar nem magoar ninguém. Tem como princípio que todas as pessoas envolvidas estão a par da situação e se sentem confortáveis com ela.”



Ora bem, que dizer? Digo que respeito as diferenças, mas que não concebo a ideia, não no meu “modus vivendi”. Existem diferentes formas de amar, é certo! Mas AMOR, aquele em que me partilho e me entrego na totalidade a alguém, esse AMOR é uno e indivisível. Eu amo algumas pessoas, como familiares e amigos, mas não é com eles que reparto a minha cama, a minha escova de dentes, o meu prato, a minha total e inteira intimidade.
Sou fiel a todos os tipos de amor, mas com contra peso e medida e cada um no seu devido lugar.
Não se trata de puro egoísmo e de querer a pessoa que amo só para mim, pelo contrário. Trata-se de uma questão de honra e respeito pelo sentimento mais nobre que conheço.
Não quero parecer preconceituosa, irascível, porque cada um é livre de fazer o que bem entende (sei que já o tinha dito, mas é relevante enfatizar). É um modo de estar na vida, de gerir sentimentos (e que gestão?!), de ser diferente, muito diferente, numa sociedade como a nossa.
Temo uma coisa, que um dia os movimentos pelo “poliamor” venham reivindicar direitos de igualdade, como acontece com DUAS pessoas do mesmo sexo que querem constituir família, ter uma vida em conjunto, sob o conceito normativo de casal.
Só posso conceber o “poliamor” sob uma perspectiva, que não a original, e para isso faço-me valer de uma das passagens da Bíblia: “como o Pai me amou, assim também eu vos amei.” (Jo15, 9) e, mais adiante, “amai-vos uns aos outros como eu vos amei.” (Jo 15, 12). (quem me conhece sabe que sou crente e que esta citação não foi aqui mencionada por brincadeira).


Por favor, não confundamos as diferentes formas de amar, apenas respeitemos a diferentes formas de estar, sem que essas diferenças interfiram ou prejudiquem terceiros.

Imagem CS


Até amanhã ou depois!

2 comentários:

Sara M. disse...

nca tinha ouvido essa.

poliamor? tb nao concordo com isso. concordo ctg. qdo se ama, há entrega a uma só pessoa.

Mosca disse...

Eu também não consigo viver numa situação de poliamor. Mas não discordo... Acho que cada um deve saber como vive a sua intimidade e ser feliz! :)