Um mês e uma semana depois, eis que dou à costa novamente. Lá diz o ditado que “o bom filho à casa torna”. Por razões várias vi-me obrigada a ausentar deste cantinho, onde “vomito” o que me apetece, sem necessidade de dosear pensamentos e/ou palavras.
Sentia a falta de aqui vir, talvez por tudo o que tenha para deitar cá para fora. Não, não vou despejar integralmente o que tenho cá dentro, até porque o tempo é escasso.
O início do ano vestiu-se de negro, brindou-me com o que de pior poderia receber. De um dia para o outro vestiu-me de luto, levando uma das pessoas que mais amo. Chorei, chorei muito. Fechei-me a sete chaves num mundo que conheço, mas que refuto: o mundo da solidão, do desespero, do vazio, da ausência, da tristeza agonizante, de uma dor que nos consome a capacidade de sentir, que nos anestesia. Hoje, passadas 3 semanas, já consigo alienar-me desse mundo e voltar a sentir o meu mundo, o mundo de todos nós, onde existe vida, cor, cheiro, sensações, tudo o que dá algum alento para continuar a estrada da vida.
Ao longo destes 21 dias de ausência, parei, olhei, analisei e viajei no tempo. Apercebi-me do quão pequeninos nós somos diante de algo que ninguém consegue controlar, como é a morte! Seria hipocrisia dizer que aprendi a dar mais valor à vida, porque não senti e não sinto isso, mas acredito ter descoberto o meu valor enquanto pessoa que é leal aos seus princípios. Não vale a pena, não merece a pena gastar tempo, quando não sabemos o tempo que o tempo tem.
Até amanhã ou depois!